sexta-feira, 9 de novembro de 2012

NOVA PATRIA AS DIFICULDADES ENFRENTADAS PELOS IMIGRANTES ALEMÃES

          IMIGRANTES ALEMÃES  E SUAS DIFICULDADES



         A Nova Pátria é esperada com entusiasmo, com esperança de fartura, esperando que encontrassem a felicidade. Começar uma vida maravilhosa junto com sua família.  Com terras férteis e o que plantava dessem frutos abundantes, lindas floresta as e flores silvestres para colorir o jardim da casa, de  todos os lares. Trazendo consigo malas e baús, surrados cheios de utensílios trazidos do velho continente o  que mais que podiam trazer.




Veleiro de três Mastros

       Alguns vieram com a  esperança de criar  condições de poderem  abrir nas cidades as suas industrias e trazerem todos seus familiares. De tão distante vieram e progrediram neste país que escolheram como nova Pátria. E foi o que fizeram e se deram bem no Brasil e se se adaptaram e implantaram em varias regiões no Brasil sua cultura.Devemos muito  aos nossos  antepassados.  De longe vieram. Com saudades ficaram. Somos o que somos o que conhecemos; dos costumes e tradição deixados. Imigrante é aquele que traz nos remendos de suas roupas, as bandeiras de todas as pátrias. Aportaram no Brasil diversas pessoas e por diversas razões pelo motivo econômico, político, social, religioso, guerras, terremotos, hecatombes, decidiram vir para adotar uma nova Pátria. 


Transporte de alguns imigrantes no seculo XIX até os  primeiras décadas do seculo XX
                      Os primeiros Pastores não eram suficientes para atender ao grande número de comunidades que, em muitos casos, estavam separadas por grandes distâncias. A colonização alemã já havia atingido os vales do Caí e Taquari, onde inúmeras pequenas comunidades luteranas evangélicas foram criadas, em templos modestos, onde os colonos se reuniam aos domingos para batizar os filhos e ouvir a palavra de Deus. Numa época em que o único meio de transporte terrestre era o a tração animal, os Pastores venceram estas distâncias a cavalo. Eram Pastores itinerantes, que percorriam as linhas e picadas de tempos em tempos, realizando casamentos e batismos coletivos, ficando hospedados em casas dos colonos.

Somente depois de quarenta anos, após a chegada dos primeiros imigrantes é que a situação das comunidades evangélicas começou a melhorar.
Estilo de Igreja Luterana Sempre no alto com longas escadarias

Uma das promessas aos imigrantes era de plena liberdade religiosa. Mas a Constituição outorgada por D. Pedro I em 1824 determinava que a religião oficial do Império fosse a católico-romana. As demais religiões eram toleradas. Seus cultos deveriam ser praticados em prédios que não possuíssem aparência externa de igreja, ou seja, não poderiam ter torre nem sino. Aos que não professavam a religião oficial era vedado o acesso aos cargos públicos. Apenas a igreja oficial poderia receber auxílio financeiro do Governo. Enquanto os padres católicos eram pagos pelo Governo, os protestantes ou seja Evangelicos Luteranos  deveriam angariar fundos dentro das suas próprias comunidades para pagar os seus clérigos.
Quanto aos casamentos a situação ainda era pior. Apenas os celebrados perante sacerdote católico tinham validade. Eram nulos os casamentos efetuados perante Pastores no exterior ou no País. Toleravam-se os casamentos mistos, desde que os filhos professassem a religião católica, e assim por diante.
Em 1855 o embaixador da Prússia, Senhor. Levenhagen, dirigiu carta ao Governo explicando a situação dos evangélicos e propondo a instituição do casamento civil. Foi apresentado um projeto de lei neste sentido, mas jamais foi sancionado por resistência da igreja católica.
Diante de tal intransigência o Governo da Prússia revogou a licença dada às agências de emigração para alistar emigrantes ao Brasil. Apenas, então, atendendo a esta pressão da Prússia.
 D. Pedro II, em 1863, concedeu aos Pastores Luteranos Evangélicos os mesmos direitos dos padres católicos, quanto ao registro de nascimentos, casamentos e óbitos embora mantidos a exigência, de que nos casamentos mistos os filhos deveriam ser educados na religião católica.

Diante dessa nova situação e com o empenho do Pastor Dr. Hermann Borchard  mobilizou as autoridades eclesiásticas da Alemanha e da Suíça no sentido de remeter Pastores "para os correligionários  Luteranos Evangélicos para oa Brasil.
Apenas com a Constituição Republicana de 1891 foram conseguidos todos os direitos dos evangélicos, pois a mesma separava a igreja do estado, instituía os registros civis e proclamava a plena liberdade religiosa para todos os credos.
Se hoje homenageamos àqueles imigrantes, na sua grande maioria simples colonos, que para cá vieram desbravando matas, enfrentando animais selvagens e iniciaram à semearam o progresso econômico e cultural de que tanto nos orgulhamos, é justo também que honremos àqueles Pastores pioneiros, que para cá vieram, também deixando para trás a sua pátria, família e amigos, para aqui semear a fé e cumprir a sua missão de evangelizar.
                         

    IMIGRAÇÃO ALEMàNO BRASIL
No dia 30 de junho de 1828, saiu do Porto de Bremen o navio veleiro Charlotte Louise, a caminho do Brasil, terra que se mostrava promissora diante de notícias enviadas para a Europa. O Governo da Prússia avisou os interessados na Imigração que seria uma longa viagem e muito penoso, uma  verdadeira aventura ir para um país desconhecido com matas virgens e animais selvagem. O conselho do Governo não foi ouvido pelos Imigrantes.
 O navio aportou no Rio de janeiro em 2 de outubro de 1828. Depois dos imigrantes alemães permanecerem no Rio de Janeiro e até mesmo em Santos, veio para o Sul do Brasil em navio nacional, chegando a Antonina, Paraná, em 15 de janeiro de 1829.
 A história narra que os imigrantes permaneceram algum tempo na localidade denominada Porto de Cima do Estado do Paraná, e no dia 6 de fevereiro estavam em Rio Negro, onde ficaram em verdadeiro estado de abandono. Assim, é seis de fevereiro de 1829 foi a data da fixação da primeira colônia alemã no Paraná. Foi destinada aos primeiros colonos a região localizada cerca de 40 km da costa da atual capital, o núcleo da Província São Pedro de Alcântara. Pode ser que entre o desembarque em Antonina, Paraná, e a chegada em Rio Negro, Paraná, os colonos tenham permanecido no referido núcleo.
No Brasil, o ano de 1848 foi decisivo para a colonização alemã em Santa Catarina. Ocorria em toda a Europa imigração incessante e intensa das populações alemãs para os países livres da América. A imigração em massa era nada mais nada menos que fruto dos desajustes sociais na Europa durante o Século XIX. Vivia na Prússia, no ano de 1843. o Cônsul geral do Imperial Governo Brasileiro. Seu nome era Johann Jacob Sturz.
Este homem voltou para o Brasil depois de exercer às vezes de Cônsul na Prússia e passou a ter grande relacionamento social e político com as Autoridades, Ministros e principalmente com a família Imperial. Johann Jacob Sturrz foi o precursor do movimento abolicionista no Brasil  ele foi um dos mais notáveis abolicionistas da época.
O Governo Imperial Brasileiro nomeou Johan Jacob Sturz representante do Brasil no reino da Prússia para levar adiante movimento de substituição das forças braçais negras por brancos livres. Pode-se dizer que a imigração de alemães para o Brasil obteve amparo, também, neste aspecto sociológico.
No ano de 1850 era Presidente da Província Dr. João José Coutinho, o qual aprovou os projetos da Sociedade Colonizadora de Hamburgo. Como se disse, a colonização iniciou-se por São Francisco do Sul. Esta Cidade  os colonizadores foi por muitos anos denominada de Colônia Dona. Francisca, em homenagem a Princesa Brasileira. A maior parte da imigração de alemães para a Colônia ocorreu entre os anos de 1851 até o ano de 1856, quando cessou por completo.
Posteriormente, a Colônia Dona Francisca passou a denominar-se Joinville, ou seja, nome de uma cidade francesa, onde se situava o Castelo onde nascera François Ferdinand Philippe Louis Marie, o Príncipe de Joinville.
 Isto ocorreu porque o Terceiro Relatório da Sociedade Colonizadora, firmado por Benno Frankenberg denominou o lugarejo, ou seja, as terras recebidas pelo Príncipe como dote, definitivamente de Joinville.
  
             IMIGRAÇÃO ALEMÃ VINDA AO BRASIL  
No Ano de 1818 vieram colonos suíços do cantão Friburgo, da Suíça alemã na área que denominaram Nova Friburgo, no reinado de D. João VI para Nova Friburgo, Rio de Janeiro.
Em 1818 vieram 165 famílias alemãs, para cultivar fumo, cacau e cereais em Ilhéus, Capitania da Bahia.
No ano de 1819,  aproximadamente 200 famílias alemãs, instaladas no norte da Capitania da Bahia, São Jorge, Bahia.
No mesmo ano de 1819, 40 famílias alemãs que foram contratadas para trabalhar na Fazenda Mandioca, tendo sido os primeiros colonos "braços livres" a trabalhar numa fazenda, no Brasil. 
O major Schaeffer: Alemão, Contratava mercenários trazidos da Alemanha, para formar o "Corpo de Tropas Estrangeiras", no Exército Brasileiro, imediatamente após a proclamação da Independência, através do médico Anton Von Schaeffer, chegado no Brasil em 1821 e nomeado major da Guarda Imperial, pelo imperador D. Pedro I. Formaram dois batalhões de caçadores e dois de granadeiros. Os contratados, dois tenentes engenheiros, que foram incorporados ao Exército Brasileiro, por não haver uma unidade de engenharia no Corpo de Tropas Estrangeiras: os tenentes Halfeld e Koeler, que foram, respectivamente, fundadores de Juiz de Fora e de Petrópolis. 
Duzentos sessenta e quatro colonos evangélicos  trazidos pelo  major Schaeffer, que iriam para o Sul do Brasil, mas foram instalados perto do morro de Queimados, na Serra do Mar, para protegera costa brasileira. 
No ano de1824 a segunda expedição de colonos trazida pelo major Schaeffer, foram mandados para o Rio Grande do Sul, tendo sido instalados onde hoje são as cidades de São Leopoldo, Novo Hamburgo e outras. Nessa região aconteceu a estúpida batalha, cujo relato ganhou o nome de Os Muckers. 
A terceira expedição de colonos enviados pelo major Schaeffer, que fundaram a colônia de Três Forquilhas, também no Rio Grande do Sul.
Em 1825 o major Schaeffer trouxe para o Brasil a última leva de imigrantes alemães 
No ano de 1829  o alojados de  Santo Amaro da Cidade de Santo Amaro em  São Paulo. Esses, na verdade, foram alojados no meio da selva, naquele momento, por exigência dos fazendeiros escravocratas, que não os queriam próximo dos escravos. Tentando assim escravizá-los também de uma forma ou de outra.
 Em 1829 colonos Itapecerica, alojados onde hoje se situa a cidade de Itapecerica. 
 No ano de 1829 Uma parte de uma expedição destinada ao Rio Grande do Sul,  fundaram a Colônia São Pedro de Alcântara, em Santa Catarina. Mais tarde, em 1846, para ela foram mandados 300 colonos que estavam no Rio de Janeiro, e foram totalmente abandonados.
 No mesmo ano de 1829  A segunda expedição chegada em Santa Catarina, também parte de uma expedição mandada ao Rio Grande do Sul, que foi alojada na foz do Rio Itajaí, Grande Itajaí,  onde foi fundada a cidade com o nome de Itajaí.
 Em 1835 a terceira expedição  desembarcou,  em Santa Catarina, alojando-se na margem do rio Itajaí Pequeno. 
No ano de 1837 Os 283 colonos Justini, que se revoltaram pelas condições de viagem no veleiro francês "Justini", que se destinava a Sydney, Austrália, e desembarcaram no Rio de Janeiro, foram alojados no Caminho das Cabras, na serra da Estrela, em Petrópolis.
 Em 1839, Os 196 artífices e suas famílias, destinados ao Recife, para remodelar a cidade,  Vieram através da Companhia de Operários. 
 No mesmo ano de 1839 foi formado um Batalhão de Polícia do Pará, com 800 soldados alemães contratados para enfrentar os revoltosos da Cabanada; vitoriosos, transformaram-se no.  Primeiro Batalhão de Polícia do Pará. 
 Em 1845, foram 1.818 colonos alemães que se estabeleceram na fazenda Córrego Secos, de propriedade de D. Pedro II. Em  Petrópolis, Rio de Janeiro.
Os Colonos que foram instalados em Santa Isabel, no Espírito Santo, no ano de 1847, estes foram alojados em condições tão terríveis, que inspiraram a Graça Aranha seu romance Canaã, pela precariedade e despeito com os imigrantes. 
No mesmo ano de 1847, 80 famílias contratadas pelo Senador Vergueiro, em São Paulo, para trabalhar em sua fazenda, em regime de meação.
 No ano de 1848. As 600 famílias importadas pelo governo da província  foram alojados em Macaé,foram  abandonadas  a própria sorte em Niterói,do Rio de Janeiro.
 No mesmo ano de 1848 uma parte dos mesmos sobreviventes  acima  22 deles,   foram alojados na localidade de Valão dos Veados.
 No mesmo ano de 1848 chegaram Colonos Leopoldina,  mais colonos que vieram para o interior de Santa Catarina, onde fundaram a Colônia Leopoldina.
 Em 1849 Colonos de Santa Cruz: contratados pelo governo imperial, fundaram a colônia Santa Cruz, no interior do então São Pedro do Rio Grande do Sul.
 No ano de 1850 vieram os Colonos Blumenau  da Colônia São Paulo de Blumenau, fundada por Hermann Bruno Otto Blumenau.
Em 1851, chegaram os Colonos de Dona Francisca. Em terras pertencentes a irmã do imperador Dão Pedro II, Dona Francisca, esta contratou a Sociedade Colonizadora Hamburguesa para colonizar a área, na divisa do Paraná com Santa Catarina. Das diversas cidades que resultaram desse empreendimento, a mais importante foi Joinville.
 No ano de 1851, 1.800 homens alemães foram contratados, e 80 oficiais, que se compunha de um batalhão de infantaria com seis companhias, um grupo de artilharia com quatro baterias e duas companhias de sapadores, contratada do norte da Alemanha pelo governo imperial para combater Manoel Rosas, sob o comando do então Conde de Caxias, que se fixaram no Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, após terminada a missão.Em 1852 tornaram –se colonos de fazendas, na Fazenda Santa Rosa, do Barão de Baependi, 132 colonos; para a Fazenda Independência, de Nicolau A. N. da Gama, vieram 172. A Fazenda Santa Justa, de Brás Carneiro Belens, ficou com 155 colonos. Destinaram 143 colonos para a Fazenda Coroas, de M.N. Valença. E 67 colonos foram para a fazenda Martim de Sá, de João Cardoso de Meneses. Em 1861, na inauguração da estrada de rodagem União Indústria, todos eles vieram para Juiz de fora.
 No ano de 1855, vieram colonos para  Rio Novo, quando chegaram à província do Espírito Santo, foram alojados nas selvas do Rio Novo, onde muitos foram trucidados pelos índios ou pelas feras.
 Em 1856 Os Colonos Santa Leopoldina compostos por colonos alemães e suíços, no Espírito Santo, resultaram nas colônias de Jequitibá, Santa Maria, Campinho, Califórnia, Santa Joana, Santa Cruz e  de 25 de Julho.
 No ano de 1856 Vieram colonos  para Mucuri, contratados por Teófilo Ottoni, chegaram em Nova Filadélfia, no Vale do Mucuri, os primeiros colonos alemães para Minas Gerais. Maria Procópio havia trazido, em 1856, cerca de 250 alemães, especialistas em pontes de ferro, mecânica, carpintaria, ferraria, construção; em 1858, trouxe mais 508 mulheres e 636 homens, incluindo crianças e bebês. Desses últimos, 641 eram católicos e 503, luteranos. 
 Em 1857 foi formado a Colônia Santo Ângelo, chegaram em 01 Novembro 1857 as primeiras famílias, a maioria  alemães prussianas, que se estabeleceram na região do hoje município de Agudo,  no Rio Grande do Sul.
Os colonos de D. Pedro II: diz respeito a Mariano Procópio e à história de Juiz de Fora. O primeiro embarque aconteceu na barca Teel, que saiu da Alemanha em 21 de abril de 1858, com 232 colonos  com 116 homens e 116 mulheres; do total, 145 protestantes e 87 católicos. para a Companhia União e Indústria, tendo chegado ao Rio de Janeiro, em 24 de maio de 1858. O segundo aconteceu em 25 de junho de 1858, também  desembarcaram no Rio de Janeiro, com a barca Rhein. Foram182 colonos de ambos os sexos. O terceiro desembarque no Rio de Janeiro ocorreu em 25 de julho de 1858, trazendo 285 colonos na barca Gundela. O quarto desembarque foi no dia 29 de julho de 1858, trouxeram 249 imigrantes, pela barca Gessner. No quinto e último foi pela barca Osnabrück, que chegou no dia  3 de agosto de 1858, com 215 colonos.




IMIGRAÇÃO ALEMÃ PARA O BRASIL DE 1824 á 1969
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
PERIODO                                                         NUMEROS DE IMIGRANTES
1824`a 1847 ………..............................…………….8176
1848 à 1872 …………………………………………..19.553
1872 À 1879 ……………………………………….…14.325
1880 à 1889……………………………….…………..18.901
1890 à 1899 ……………………………..………….. 17.084
1900 à 1909 …………………………..………………13.848
1919 à 1919 …………………………..………………25.902
 1920 à 1929  ……………………….………………..75.801
1930 à 1939…………………………………………..27.497
1940 à 1949  ……………………….……………….. 6.807
1950 à 1959 ……………………….…………………16.643
            1960 a 1969 …………………………..………………. 5.659

   AS DIFICULDADES DA IMIGRAÇÃO ALEMÃ DO BRASIL (1812 à1860).

 O início da viagem foi uma grande aventura: a viagem  pelo Atlântico levava de 90 a 120 dias isto quando ia tudo bem, por muitas vezes demorava muito mais.
 Os suíços que haviam chegado ao Brasil em 1819, oriundos de Freiburg e que aqui se instalaram em Nova Friburgo, tiveram uma viagem desastrosa. Por falta de organização aguardaram por 2 meses o embarque no porto da Holanda. Mal instalados ali mesmo enterraram 43 emigrantes. Os 2.018 montanheses arrebanhados por campos e aldeias atravessaram o Atlântico espremidos em 7 barcos. Um dos barcos, da Urânia, em que embarcaram 437 passageiros, devido a uma epidemia, marcou sua rota marítima com um rastro de 107 corpos. Mais de um cadáver por dia. Um quarto dos passageiros lançados do tombadilho.
No Rio de Janeiro outra mortandade em decorrência de febres tropicais. Ao todo, de uma Friburgo à outra, na velha  Suíça e a outros no Rio de Janeiro, somaram-se o total de 389 baixas. Dos 2.018 colonos que saíram da Europa  chegaram apenas 1.631,  no Brasil. 
O índice de  mortandade parecido com o dos navios negreiros! 
 Com o ingresso de Major Schaeffer no processo imigratório isto não haveria de acontecer. Homem extremamente diligente organizou com todo o cuidado os embarques. Em cada uma das 27 expedições que organizou de 1824 até1829 havia um "comandante do transporte" ou "chefe da expedição", que zelavam pela disciplina, pela higiene bordo bem como dos direitos e deveres dos passageiros. A alimentação não era descuidada. Os comandantes convidavam passageiros para os seus camarotes para comprovar que a alimentação servida aos tripulantes era a mesma que era servida aos passageiros. Em cada navio havia um médico cirurgião, farmacêutico e enfermeiros para cuidar da saúde bem como da higiene para evitar a erupção de epidemias a bordo. Evidentemente que ocorreram mortes nas viagens, mas estas sempre foram decorrentes de causas diversas, e não devidos à má alimentação ou falta de higiene da embarcação ou dos passageiros.
Embora mais seguras quanto às moléstias às viagens não deixavam de representar um grande temor para os passageiros. Vamos resumir apenas o que aconteceu com 4 das 27 embarcações que chegaram ao Rio de Janeiro de 1824 a 1829.
O primeiro veleiro, o Argus saiu de Hamburgo no dia 27 de julho de1823, desde o início foi assolado por fortes tempestades que sopravam para o Oeste. Depois de perder o mastro central atracou no porto holandês de Texel. 
Durante as reformas cerca de 30 passageiros fugiram com medo de prosseguir a viagem. Em 10 de setembro reiniciou a viagem que não foi mais feliz que a primeira. Nova tempestade os obrigou a arribar na Ilha de Wight, ainda na Holanda. Depois de 15 dias, inicia a terceira partida, mas um forte furacão obriga a embarcação a atracar no Porto de Biscaia na Espanha e mais tarde nas costas da África, onde após muitas delongas conseguiu fazer um ancoradouro seguro na Ilha de Tenerife, de onde partiu no dia 8 de Novembro para chegar no dia 7 de Janeiro de 1824 ao Rio de Janeiro, trazendo 284 pessoas, sendo 134 colonos e 150 soldados. Entre os passageiros encontrava-se o pastor Friedrich Oswald Sauerbronn, o primeiro pastor evangélico do Brasil que se radicou em Nova Freiburgo cuja esposa faleceu durante a viagem em virtude de um parto.
 No Argus também viajou Karl Niethammer o primeiro boticário da Colônia Alemã de São Leopoldo.
Outro veleiro que passou por peripécias foi o  veleiro Germânia que trouxe a 4º leva de imigrantes. Capitaneado por Hans Voss e tendo como "comandante do transporte" o Ten. Ferdinand von Kiesewetter.
Partiu de Hamburgo no dia 9 de maio de 1824 até o porto de Glückstadt, no Rio Elba, de onde zarpou no de 3 de junho de 1824 e chegou ao Brasil o Estado de  Rio de Janeiro no dia 14 de setembro de 1824 trazendo 401 passageiros sendo 277 soldados e 124 colonos. A bordo estavam tambem o pastor Johann Georg Ehlers, Karl von Ende e Johann Daniel Hillebrand.
Johann Georg Ehlers foi o primeiro pastor evangélico de São Leopoldo e que iniciou os registros eclesiásticos ainda a bordo do Germânia; o  Karl von Ende o primeiro médico   e o Johann Daniel  Hillebrand  também era  médico e  o primeiro administrador da Colônia Alemã de São Leopoldo.
A viagem deste veleiro foi marcada por rebeliões e desordens. O navio além de 124 colonos trazia também 277 soldados, entre eles um pequeno contingente de ex-prisioneiros saídos das casas de reclusão de Hamburgo. Ainda atracado em Glückstadt no Elba um recruta tentou incendiar a embarcação. Durante uma tempestade houve rebelião a bordo. Após das investigações por uma Comissão foram responsabilizados 8 passageiros, todos ex-prisioneiros das prisões de Hamburgo que foram julgados e fuzilados. O Pastor Ehlers e o médico Hillebrand faziam parte da Comissão.
O veleiro Cäcília também teve uma viagem muito complicada. Depois de passar por terrível tempestade em que perdeu todos os seus mastros, foi abandonado pelo Capitão por considerar a embarcação perdida. Ficou vagando ao "Deus dará" pelo Canal da Mancha até ser encontrado por um barco inglês que o rebocou até o porto de Plymouth na Inglaterra. Ali os náufragos aguardaram por 2 anos por um novo embarque para a América, fato proporcionado para interferência da imperatriz austríaca Dona Amélia von Leuchtenberg em viagem ao Brasil. Os passageiros do Cäcilia que deixaram a Alemanha em 1827 chegaram ao Rio de Janeiro no dia 29 de Setembro de 1829, sendo esta data comemorada, ainda hoje, no "Michelskerb" (Kerb de São Miguel) de Dois Irmãos e São José do Hortêncio onde a maioria dos passageiros do Cäcilia se estabeleceram.
Não menos urbulenta foi a viagem do brigue holandês "Ativo". Depois de uma tenebrosa travessia do Atlântico ao invés de atracar no Rio de Janeiro foi até a costa de Pernambuco, onde 122 dos 140 passageiros 18 morreram durante a viagem, e os restante dos imigrantes foram abandonados à própria sorte.  Estes fundaram um pequeno núcleo germânico que batizaram de Santa Amélia.  Estes se dedicaram à agricultura rudimentar e à produção de carvão vegetal. Consta que alguns com recursos próprios e viajando até em carros de boi,  fora através das matas, chegaram anos depois em Santa Catarina e outros no Rio Grande do Sul.
Nada pode ser comparado  com a embarcação da Company Patie, Holandesa este zarpou no dia 10 de outubro de 1825.
 O Brasil do mês Dezembro de 1825  entrou em conflito com Argentina. A  guerra contra a Argentina pela posse da Província Cisplatina ( atual Uruguai). Ao chegar próximo ao Rio De Janeiro . Nomes de Janeiro de 1826 o Company Patie foi aprisionado por corsários a serviço dos castelhanos, sendo levado ao sul com destino à Argentina. Na entrada do porto de Buenos Ayres a embarcação foi interceptada por navio de guerra brasileiro e os passageiros instalados na Ilha das Flores situada nem frente a Montevidéu. Dali dos 281 cerca de 200 fugiu para a Argentina, com o "comandante do transporte" Karl Heine que dizem ter sido um agente de imigração a serviço de Rosas. Os 81 restantes voltaram ao Rio de Janeiro aonde chegaram em 17 de maio de 1826.
A relação de acidentes com embarcações, no primeiro período da imigração que vai de 1824 a 1830, encerra-se com o naufrágio do Bergantim Flor de Porto Alegre. Saiu do Rio de Janeiro em fins de 1824 com destino a Porto alegre. No início de Janeiro de 1825 naufragou na costa gaúcha, encalhado nos bancos de areia em frente a Mostardas. Dos 61 passageiros 2 morreram afogados. Os demais se salvaram nadando até a praia onde foram acolhidos pelos moradores do lugar. Uma media de 15 colonos instalaram-se em Torres. Os demais náufragos entre eles o pastor Leopold Voges chegaram no dia 11 e Fevereiro de 1825 em São Leopoldo.
Nos 27 embarques organizados por Schaeffer entre o ano de 1824 até o ano de1829, chegaram ao Rio de Janeiro cerca de 5.000 colonos e outros tantos soldados. Estes eram engajados nos Batalhões dos Estrangeiros. Os colonos ficavam alojados em galpões da Praia Grande ( Niterói), aguardando viagem ao sul. Enquanto a travessia oceânica era feita em navios de três mastros, as viagens para Porto Alegre eram efetuadas em bergantins, sumacas e escunas, com dois mastros apenas, por causa do pouco calado da barra de Rio Grande. A Capital da Província de São Pedro era atingida em média em três semanas de viagem. Ao desembarcarem em tyerras brasileira até depois de recepcionados pelo Presidente da Província, ficavam alojados na extremidade sul do porto, em prédio do arsenal de guerra, próximo à atual usina do gasômetro. Para o transporte até São Leopoldo, na época conhecida por "Passo do Courita" Ali morava um português natural de Coura. Eram utilizados lanchas toldados, movidos à vela e a remo. Em carretas os colonos chegavam à Feitoria do Linho-Cânhamo onde ficavam alojados até o recebimento do seu lote de terras.
A Feitoria havia sido fundada no ano de 1783, pelo vice-rei Dom Luiz de Vasconcellos e Souza e instalada inicialmente no sul do Estado no local então denominado de "Rincão do Caguçu". Seu objetivo era plantar o linho-cânhamo, cientificamente conhecida por "canabis sativa" e que hoje e conhecida por "maconha". Esta planta fornecia excelente fibra para a fabricação de cordas, cordoalhas e velas largamente empregadas na navegação da época. Devido a sucessivos déficits, creditados à baixa produtividade das terras, foi a Feitoria em 1788 transferida para as margens do Rio dos Sinos. Os resultados ali obtidos também não foram satisfatórios. Por isso foi extinta no dia 3 de março de 1824. Suas terras, correspondentes a duas léguas, correspondentes a 180 colônias de 100.000 braças quadradas, foram subdivididas e distribuídas entre os colonos alemães que ali aportaram, em numero de 39 pessoas no dia 25 de Julho de 1824. Dos 321 escravos apenas nove permaneceram na Feitoria à disposição da administração José Thomás de Lima e que prestaram grande serviço na construção das casas para o alojamento dos imigrantes que ano a ano vinham em maior número. Em 1824 chegaram a São Leopoldo, 126 imigrantes; no ano de 1825 vieram 909;  no ano de 1826 desembarcaram 828 imigrantes; em 1827 vieram 1.088 imigrantes;no ano de 1828 ,veio 99 imigrantes; em 1829 desembarcaram no Brasil 1.689 imigrantes e no ano de1830 chegaram 117 imigrantes ao  total de 4.830 imigrantes.
Os recém chegados à Feitoria de logo se depararam com novos problemas:
Por falta de demarcação das terras, muitos ficaram instalados nos prédios antes ocupados pelos escravos, aguardando por meses o assentamento dos lotes;
A demarcação dos lotes fora feita apenas na parte frontal, ficando os limites laterais por conta dos proprietários, o que gerou muitas brigas e questões judiciais;
Os subsídios que deveriam ser pagos nos primeiros dois anos eram suspensos tão logo os agricultores não tiveram meios do seu  sustento por não conhecer as plantas tropicais, o que ocorreu já ao final do primeiro ano; os imigrantes que chegaram em 1829 e 1830 nada receberam, pois as verbas haviam sido suspensas no orçamento pelo governo imperial;
Todos estes problemas e percalços não foram suficientes para demover o espírito empreendedor daquela pobre massa trabalhadora.
Apenas um ano após a chegada dos primeiros imigrantes, junto ao "Passo do Courita" artesãos que não possuíam aptidão para o trabalho na terra haviam formado uma florescente povoação, posteriormente batizada de São Leopoldo.
No primeiro período da imigração iniciou do ano de 1824 a 1830 todo os vale do Rio dos Sinos, havia sido ocupado pelos imigrantes.
Além de São Leopoldo haviam fundado Novo Hamburgo (Hamburgerberg), Campo Bom, Dois Irmãos (Baumschneis), Ivoti Berghanerschenis,depois Bom Jardim), Estancia Velha, Sapiranga (Leonerhof), além de São José do Hortêncio (Portugiserschneis). A partir de 1836 haviam também ocupado terras ao leste de São Leopoldo como Taquara do Mundo Novo, fundada por Tristão Monteiro e Igrejinha, por eles batizada de "Kleinkirchen";
Em todas estas localidades o comércio, a indústria e os artesãos ( sapateiros, curtidores, seleiros, ferreiros, carpinteiros, tecelões, alfaiates, etc. ) estavam em franco progresso, quando em 1835 estourou a Revolução Farroupilha. Os imperiais ou legalistas juntaram-se ao Dr. Hillebrand a quem também se juntou o major Ferdinand Maximilian Kersting, Tem. Heinrich Wilhelm Mosye e outros; os rebeldes ou farroupilhas uniram-se ao Major Hans Ferdinand Albrecht Hermann von Salisch nomeado, pelo governo revolucionário, Diretor da Colônia de São Leopoldo. Durante os 10 anos da Revolução as atividades da Colônia estiveram paralisadas. O envolvimento da Colônia Alemã neste triste episódio que dividiu a família  do Rio  Grande  do Sul, teve a participação de centenas de imigrantes, lutando de ambos os lados, semeando a morte , tristeza e a destruição em toda região.

  SANTA CATARINA E SEUS IMIGRANTES
Em Santa Catarina os primeiros colonos alemães aportaram em 1829, na atual cidade de São Pedro de Alcântara. Essa colônia fracassou. A grande colonização germânica no estado só ocorreu um pouco mais tarde, a partir de 1850. A colônia de Blumenau, no vale do Rio Itajaí-Açu, foi criada por Hermann Blumenau em 1850. Acompanhado por outros 17 alemães, Hermann achou um clima da região agradável, cortada pelo rio, propícia para a fundação de uma colônia. Em 1860, ele vende a colônia para o governo imperial e em 1880, Blumenau torna-se município, contando com 15.000 habitantes, em sua grande maioria alemã. Em 1851, inicia-se a colonização de outra região de Santa Catarina, a partir da fundação da Colônia Dona Francisca, atualmente é o município de Joinville do Estado de Santa Catarina. Entre 1850 e 1888, chegaram à região 17.000 colonos alemães, a maioria protestantes, agricultores sem recursos, comerciantes e artesões. A partir dessa colônia, os alemães se expandiram e colonizaram todo o norte de Santa Catarina.
  A marca dos imigrantes alemães esta em diversos Estados do Brasil,  em lajeado  do  Estado  de Rio Grande do Sul. No caso do Paraná, a colonização alemã foi mais sensível, porém, não menos importante. Em 1829 chegaram os primeiros colonos germânicos, na atual cidade de Rio Negro  do Estado do Paraná  No Paraná novas correntes chegariam nas décadas seguintes, mas só a partir de 1870 que a colonização cresceu. Em 1878, alemães vindos da região do Rio Volga Os alemães  Russos da Rússia, estabeleceram-se nos Campos Gerais, perto das atuais cidades de Ponta Grossa e Lapa  do  Estado Paraná.
 As maiores partes dos colonos germânicos só chegaram ao século XX, e se fixando em Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
     

REFERENCIAS DE SETES INTERNET 


             A saga do Imigrantes Alemães
1. Instituto Brasileiro de Museus – IBRAM. http://www.museus.gov.br/
2. Imigrantes Italianos - http://www.imigrantesitalianos.com.br/
3. Museu da Imigração Italiana em Taubaté – SP.
http://www.guiataubate.com.br/canais/museu,3,museu-da-imigracao-italiana.html
4. Museu Nacional de Imigração e Colonização. Joinville – SC.
mnic@joinvillecultural.sc.gov.br
5. Portal Italia-Brasil -
http://www.portalitalia.com.br/sitesbr/sitesbr.asp?idtema=1&idsub=3
6. Museu de Memórias do Bexiga. Rua dos Ingleses, 118. São Paulo – SP.
7. Portal Oriundi - http://oriundi.net/site/oriundi.php?menu=noticiasdet&id=17237
8. Portal Prefeitura do Municipio de São Paulo -
http://www.prefeitura.sp.gov.br/portal/a_cidade/historia/index.php?p=5175
9. São Paulo dos Mil Povos.
http://www.partes.com.br/especial_sp_450/documentomilpovos.htm
10. Portal Italia Oggi - http://www.italiaoggi.com.br/ital_indice.htm
11. Portal Info- Escola - http://www.infoescola.com/geografia/imigracao-italiana-nobrasil/

 Imigração alemã
BERARDI, Maria Helena Pretillo. Santo Amaro. São Paulo : Prefeitura Municipal,
Secretaria da Educação e Cultura, 1981. (Série história dos bairros de São Paulo ; v. 4).
HUNSCHE, Carlos Henrique. Imigração alemã. In: História da imigração no Brasil : as
famílias. 7. ed. São Paulo : Serviço Nacional de Divulgação Cultural Brasileiro, 1986.
JOCHEM, Toni Vidal. A epopéia de uma imigração : resgate histórico da imigração.
Águas Mornas (SC) : Edição do Autor, 1997.
JOCHEM, Toni Vidal, ALVES, Débora Bendocchi. São Pedro de Alcântara : 170 anos
depois, 1929-1999. São Pedro de Alcântara (SC) : Coordenação dos Festejos, 1999.
O OLHAR e o Ficar : A Busca do Paraíso: 170 anos de Imigração dos Povos de Língua
Alemã.. São Paulo : Museu da Imigração : Pinacoteca do Estado, 1994. Catálogo da
Exposição.
STAHLBERG, Altino. Imigrantes alemães e suíços em Limeira. Limeira : [s. n.], 1999.
ZENHA, Edmundo. A colônia alemã de Santo Amaro : sua instalação em 1829. Revista
do Arquivo Municipal, São Paulo, n. 32, p. 51- 142, 1950.


Um comentário:

  1. estou tendo muita dificuldade de encontar meus avós como imigrantes alemães em 1888.meu avô dizem ter nascido no navio (Augusto Neuenfeld( e minha avó Anna Ida Bertha Hobuss. Podem me ajudar? se radicaram em Bom Jesus São Lourenço do Sul RS

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